Por: Jander Araújo
O Instituto de Educação de Nova Friburgo (IENF) realizou no último dia 27, com os alunos do Terceiro Ano do Curso de Formação de Professores, um memorável e contagiante Sarau Catavento abordando a obra A Rua dos Cataventos, do autor Mario Quintana.
O chamado salão literário com caracteres medievais buscou a simplicidade, a memória e a identidade de um poeta gaúcho de nossa terceira geração modernista. O evento proporcionou grandes declamações de poesias entremeadas por canções que marcaram gerações por meio da dupla Herbert Pinho e Tiago Sanches.
Dizem que um sarau é o suficiente para definir um estilo, na vida e na literatura. Como responder a essa perspectiva e à urgência particular à poesia, domínio metafórico da alma e jeito metonímico de expressão semântica? Como resistir a esta “metaformose” e metamorfose de horizontes, proporcional à proliferação poética do escrito? Ou, ao menos, como entressachar, numa semibreve, o sabor que inspira ícones, tece teias e aprimora a rima? E o seu concerto de palavras vãs a servir de alicerce para um novo eu? Eis nossa futura descoberta!
A palavra sarau em sua origem etimológica, de acordo com o filólogo Antenor Nascente, significa SER EU. Ele afirma que é uma definição intuitiva, misteriosa e que todos deveriam um dia contemplar tamanha magnitude para adentrar num universo pictórico, sígnico, sensível e imagético a fim de que a participação do receptor seja aviltada, desejada, repelida, solicitada, estimulada, exigida na interatividade entre os manifestantes. Realmente foi uma grande noite inesquecível, célebre e inolvidável na memória de nossas vidas, visto que ninguém será o mesmo e todos guardarão como recordação tamanha reminiscência.
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