Muita gente já “deu um Google” no próprio nome para saber o que tem na internet sobre si: trabalhos, fotos e várias outras memórias estão eternizadas na rede e, com poucos cliques, podem ser alcançadas.
O que muitos não imaginam é que, de repente, dados pessoais como endereço, telefone, números de CPF e RG e até mesmo possíveis vizinhos estariam ao alcance de todos, com tão poucos cliques como na inocente pesquisa no buscador.
Tudo isso, desde junho, está disponível na internet, no site “Tudo sobre todos” que, sem autorização, divulga gratuitamente algumas dessas informações e vende outras, tudo online.
O site funciona como um banco de dados, com registro de milhões de pessoas, que são vendidos em planos divididos em três níveis. Com o nome completo da pessoa ou o CPF dela, já dá para saber, de graça, alguns números de telefone registrados no nome dela e até mesmo alguns endereços. Para ter informações mais completas, o “consumidor” pode assinar os pacotes “básico” (R$ 9,90) , “super” (R$ 24,90) ou “profissional” (R$ 79,00). Os planos dão direito a 10, 30 e 100 consultas ao banco de dados, respectivamente. Apesar da quantidade de informações divulgadas, muitas delas estão desatualizadas. Pessoas e empresas aparecem muitas vezes com números de telefone ou endereços antigos.
O “Tudo sobre todos” não é o primeiro site desse tipo a aparecer com esse serviço gratuito na internet e gerar polêmica. Em março de 2014, o portal “Nomes Brasil”, que também revelava informações pessoais do mesmo tipo sem autorização, virou discussão na web e motivou milhares de pessoas a assinarem uma petição online, pedindo que a página fosse retirada do ar, o que aconteceu pouco tempo depois. Nesse momento, um abaixo-assinado virtual é espalhado pela rede, também pedindo a exclusão da página “Tudo sobre todos”, que, até o fechamento desta matéria, estava no ar.
Até o momento, mais de 44 mil pessoas já assinaram a petição, que é encaminhada à Polícia Federal de Rondônia. O caso do “Nomes Brasil” é citado como exemplo para conseguir a derrubada dessa nova página. O Ministério Público Federal, assim como fez no caso anterior, deve investigar a procedência do portal e de que maneira esses dados são adquiridos e divulgados em público.
Na grande rede, a página “tudosobretodos.se” está registrada na França, por uma empresa chamada Top Documents LLC. A companhia diz, em seu perfil na rede social LinkedIn, que divulga dados de fontes públicas para facilitar a produção de notícias e ajudar empresas de notícias a investigar e apurar histórias. Nenhum nome de pessoas responsáveis é encontrado nas páginas com o nome da empresa.