O que fazer quando alguém se vai de repente? Para os que ficam, o corpo e a mente se desestabilizam. Se o mundo se comoveu com a notícia da queda, há uma semana, do avião que levava a delegação do Chapecoense para a Colômbia, matando 71 pessoas, para amigos e parentes dos que se foram, o processo de luto ainda está começando. E é importante vivê-lo para seguir em frente.
Passar por esse processo é fundamental para preencher o vazio deixado por qualquer perda significativa.
O baque é tão forte que quase sempre nos faz cair em períodos prolongados de tristeza e depressão. É importante sentir isso. Tem que chorar, permitir-se sofrer, deixar doer e respeitar as limitações do próprio corpo. Fugir é pior, porque sempre acaba voltando. No entanto, assim como começou, o luto tem que ter uma hora para acabar.
O luto tem até cinco fases, mas que cada pessoa o atravessa de forma diferente:
Quem passa por esse processo apresenta pelo menos duas dessas fases. Depende da personalidade. O que não pode acontecer é estagnar em alguma delas. Se a pessoa não conseguir superar dentro de um ano mais ou menos, é sinal de que se deve procurar a ajuda de algum psicólogo.
A saudade se transforma com o tempo
A saudade pode durar a vida toda, mas sua representação ao longo do tempo, se transforma. Isso quer dizer que, no início, diante do impacto da perda, a saudade dói intensamente e sem parar. Esta dor vai sendo redimensionada e gradativamente a saudade pode ocupar um lugar diferente.
O aperto no peito, a angústia e o vazio podem ceder lugar às lembranças que oscilam entre o sentimento de falta, o carinho pela pessoa que se foi e a importância que ela representou na vida das pessoas.
Quando essa transformação começa a acontecer, é sinal de que a pessoa chegou ao último estágio do luto:
O objetivo é chegar na aceitação. Nela, é possível lembrar de quem partiu sem amargura e deixá-la ir para onde tiver que ir.