UM DOS ACUSADOS É RESPONSÁVEL COMERCIALIZOU ILEGALMENTE 45 MIL AVES, MAMÍFEROS E RÉPTEIS –
A Polícia Civil do RJ iniciou, nesta terça-feira, 16/9, a Operação São Francisco, contra o tráfico de animais silvestres. A instituição considera esta “a maior operação da história do Brasil” no segmento.
Cerca de 1 mil agentes saíram para cumprir 45 mandados de prisão preventiva e 275 de busca e apreensão em todas as regiões do estado do Rio, mais São Paulo e Minas Gerais.
Até a última atualização desta reportagem, 17 pessoas haviam sido presas, e centenas de animais silvestres, resgatadas.
Um dos alvos de busca é o ex-deputado estadual TH Joias, preso em outra operação – ele teria comprado 4 macacos.
“Nós identificamos 145 autores e conseguimos, junto à Justiça, através de uma longa e complexa investigação, 45 mandados de prisão preventiva, todos por organização criminosa”, disse o delegado André Prates.
Um dos alvos da força-tarefa é um núcleo criminoso “especializado” em primatas, responsável por caçar, dopar e comercializar ilegalmente macacos retirados de áreas de mata.
Segundo os investigadores, os bichos eram retirados de seu habitat de forma cruel e transportados para centros urbanos, onde eram vendidos ilegalmente.
Bernardo Rossi, secretário estadual de Meio Ambiente, afirmou que apenas um dos presos “comercializou mais de 45 mil espécimes”. “É o corredor da morte dos nossos animais silvestres. A crueldade é enorme”, declarou.
Foi montada na Cidade da Polícia uma base para receber os animais. Lá, os bichos receberão atendimento médico veterinário por profissionais voluntários e serão avaliados por peritos criminais. Em seguida, serão levados para centros de triagem, a fim de garantir a reintrodução na natureza.
ESTRUTURA DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
A organização criminosa operava por meio de diversos segmentos:
. Caçadores (mateiros): realizavam a captura em larga escala.
. Atravessadores: transportavam os animais até os centros urbanos.
. Falsificadores: produziam documentos e selos públicos falsos para “esquentar” a origem dos animais.
. Núcleo de armas: fornecia armamento e munições para a proteção das atividades ilegais.
. Consumidores finais: foram identificados diversos compradores que alimentavam o mercado clandestino.
A ação é coordenada pela Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) e tem o apoio do Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente do Ministério Público do Rio de Janeiro (Gaema/MPRJ), do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).













