Polícia Federal faz operação contra suposto desvio de cotas parlamentares no RJ

19/12/2025 10:18:53
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MANDADOS DE BUSCA E APREENSÃO CONTRA OS DEPUTADOS SÓSTENES CAVALCANTE E CARLOS JORDY, AMBOS DO PL, FORAM EXPEDIDOS PELO MINISTRO DO STF, FLÁVIO DINO –


A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta sexta-feira, 19/12, a operação Galho Fraco, com objetivo de aprofundar as investigações sobre um esquema de suposto desvio de recursos públicos vindos de cotas parlamentares.


Os deputados Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do partido na Câmara dos Deputados, e Carlos Jordy (PL-RJ) são alvos de mandados de busca e apreensão.


Segundo as investigações, os deputados são suspeitos de desviar verba pública para empresas de fachada, entre elas, uma locadora de veículos.

A PF apreendeu cerca de R$ 400 mil em espécie em um endereço ligado ao deputado federal Sóstenes Cavalcante, em Brasília.


A PF chegou aos parlamentares após análise do material colhido em operação que mirou assessores deles, em 2024. Mensagens de celular, depoimentos e quebras de sigilo levaram aos indícios contra os parlamentares.


🔎Cota parlamentar é um valor mensal em dinheiro que deputados e senadores recebem do orçamento público para cobrir despesas ligadas diretamente ao exercício do mandato, como passagens aéreas, hospedagens, alimentação, manutenção de escritório e contratação de consultorias, por exemplo. É um recurso extra, além do salário.


O deputado Carlos Jordy publicou uma nota e um vídeo nas redes sociais que é vítima de perseguição, e que a empresa citada é usada por eles desde o início do mandato. Sóstenes Cavalcante ainda não se manifestou.


De acordo com as investigações, agentes políticos, servidores comissionados e particulares teriam atuado de forma coordenada para o desvio dos valores do orçamento público e posterior ocultação de verba pública.


A ação desta sexta é um desdobramento da operação Rent a Car, deflagrada em dezembro do ano passado, e apura os crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.


Policiais federais cumprem sete mandados de busca e apreensão, expedidos pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), no Distrito Federal e no Rio de Janeiro.


CARLOS JORDY NEGA
“No dia de hoje, endereços ligados a mim e ao líder do meu partido, deputado Sóstenes Cavalcante, foram alvo de buscas da Polícia Federal, autorizadas pelo ministro Flávio Dino.


As diligências são um desdobramento de buscas realizadas em dezembro do ano passado e teriam como foco supostas irregularidades no aluguel de veículos do meu gabinete. Uma das alegações é que a empresa contratada — da qual sou cliente desde 2019 — possuiria apenas cinco veículos. Se o contrato existe há anos, o que a operação anterior não encontrou para justificar nova ação agora?


Não cabe ao parlamentar fiscalizar a frota ou a estrutura interna da empresa contratada, mas sim contratar o serviço mais eficiente e pelo menor custo, como sempre fiz.


É inadmissível, em uma democracia, que a Polícia Federal seja usada para intimidar parlamentares da oposição. Buscas contra deputados exigem indícios concretos de crimes graves e a atuação de autoridades imparciais.


Causa estranheza que eu e o deputado Sóstenes, justamente quando investigamos o roubo de bilhões do INSS, tenhamos endereços violados e documentos apreendidos enquanto exercemos nosso dever constitucional de fiscalização.


Seguirei firme na oposição e na CPMI do INSS. Essas ações não irão me intimidar nem interromper meu trabalho em defesa dos aposentados”.


Esta reportagem está em atualização: CLIQUE https://novafriburgoemfoco.com.br/

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