As restrições impostas pela pandemia de coronavírus provocaram mudanças nos hábitos dos brasileiros em diferentes áreas. Com o consumo de bebidas alcoólicas não foi diferente. O isolamento social restringiu o funcionamento de restaurantes e bares e aumentou as compras pela internet.
O clima mais frio e o consumo em casa levou o vinho a ganhar o status de bebida da quarentena.
Contrariando as expectativas até dos mais otimistas, o setor nacional de vinhos não sofreu os impactos da pandemia de coronavírus e teve um excelente primeiro semestre, com aumento nas vendas de 66,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Entre abril e junho, os meses iniciais da pandemia, acréscimo foi maior ainda na comparação com os mesmos meses de 2019: 86,4%. As informações são da Associação Brasileira de Sommeliers do Rio Grande do Sul (ABS-RS) com base nos dados do Cadastro Vinícola, mantido por meio de parceria entre a União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul.
Grande oportunidade para o vinho brasileiro
A alta do dólar e o fechamento das fronteiras foram um fator decisivo para a valorização do vinho brasileiro.
O aumento tão expressivo no consumo de vinho é explicado pelo fato de que as pessoas foram obrigadas a ficar em casa devido às medidas de distanciamento. Com mais tempo para preparar as próprias refeições e sem preocupações como dirigir após o happy hour ou jantar, por exemplo, acabaram elegendo o vinho como bebida companheira na pandemia. E quem já consumia o produto antes, aumentou a frequência durante a semana.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) aprova, mas limita o consumo diário de vinho a uma ou duas taças diárias (tem polifenóis ajudam a combater doenças cardiovasculares). No mais, resta-nos beber moderadamente e manter a sanidade.