O valor total atualizado recebido pelo governador Luiz Fernando Pezão como forma de propina, como sustenta a acusação do Ministério Público Federal (MPF) que levou à sua prisão, bancaria os salários ou o 13º de mais de 22 mil servidores estaduais.
Segundo a acusação, foram pagos a Pezão R$ 39.105.292,42, entre 2007 e 2015. O valor seria suficiente para bancar os salários de 22.614 funcionários públicos ativos do Executivo por um mês, todos com vencimentos que variam entre R$ 800 e R$ 1.600, considerados os mais baixos do funcionalismo estadual.
Em 2016 e 2017, os funcionários públicos sofreram com vários meses sem vencimentos, sem contar a dívida acumulada sobre o 13º salário, que só foi encerrada em abril de 2018.
No fim do ano passado, muitos tiveram que recorrer à distribuição de cestas básicas feita pelo Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais (Muspe). Sem dinheiro para a ceia e para as despesas básicas, os trabalhadores atrasaram contas e pegaram mais empréstimos até com parentes e amigos.
Prisão do governador
Pezão foi preso na manhã desta quinta-feira, dia 29, acusado de receber propina, em mais uma operação decorrente dos desdobramentos da operação Lava Jato. A ordem foi dada pelo ministro e relator do caso Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), atendendo ao pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).