Dos cinco modelos testados, apenas um foi considerado totalmente seguro.
A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (PROTESTE) divulgou dia 28 de setembro, o resultado dos testes feitos com cinco modelos de cadeiras infantis para refeição. Entre todas, somente uma foi considerada 100% segura. Outras três não foram aprovadas por representarem risco de corte e prensa de dedos para bebês e crianças de até 3 anos, além da possibilidade de se soltarem durante a refeição.
O órgão pede que os modelos Bon Apetit, da Burigotto; Pocket Lunch da, Chicco, e Standard, da Galzerano, indicados para crianças entre 6 meses e 3 anos ou de até 15 quilos sejam retirados do mercado por questões de segurança. Também foi pedido que o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) revise a certificação dos produtos.
O modelo Recreio, da Lenox Kiddo, não apresentou falhas de segurança e foi 100% aprovado. Já a cadeirinha Teddy Alta, da Tramontina, não foi bem avaliada em questão de versatilidade por falta de apoio para os pés da criança e porta-copo.
Segundo a PROTESTE, foi observado se os produtos tinham partes salientes ou expostas que pudessem ferir a criança ou buracos que fossem grandes o suficiente para prender dedos, pés ou a pele. Também foi avaliado se o cinto suspensório fornecia aresistência necessária para proteger o bebê. A deterioração em função do uso contínuo foi outro item analisado.
Posicionamento das empresas
Procurada pela equipe da CRESCER, a empresa Burigotto disse que não teve acesso à pesquisa nem as normas e métodos utilizados para a avaliação, mas afirmou que se compromete a avaliar os resultados divulgados. Informa, ainda, que “todas as cadeiras de refeição infantil de seu portfólio de produtos atendem a todas as exigências da norma ABNT NBR 15991 – cadeiras altas para crianças.” A Tramontina recebeu o resultado dos testes e vai avaliá-los para dar uma resposta. A PROTESTE disse que notificou a área de qualidade das respectivas marcas.
A ARTSANA BRASIL LTDA, dententora da marca Chicco, afirmou em nota que “seus produtos, inclusive as cadeiras altas de alimentação, atendem a todas as exigências do Inmetro, inclusive a norma brasileira mencionada ABNT NBR 15991/2011, que assegura total segurança dos produtos.” A empresa informa que já existe uma versão mais moderna da cadeirinha no mercado, com características diferentes do modelo testado. “Gostaríamos de esclarecer a todos os consumidores que os produtos Chicco adquiridos não apresentam nenhuma não-conformidade e encontram-se dentro dos requerimentos exigidos por Lei”, completa.
Responsável pela cadeira Standard, a Galzerano garante que todos os seus produtos são certificados e passam por testes periódicos, como pede a legislação. “Tomamos conhecimento dos ensaios realizados pela Proteste, o qual aponta que nosso produto apresentou ruptura na estrutura da bandeja quando ensaiado nos quesitos 6.2 (Ensaio de impacto) e 6.10 (Ensaio de carga estática vertical do assento) da NBR 15991:2011-2, fato que muito estranhamos, pois em nenhum desses 2 requisitos existem ensaios prescritos para a bandeja, item apontado como não-conforme”, esclareceram em nota. Dessa maneira, afirmam não ser possível apurar os resultados divulgados.
Consultada, a assessoria de imprensa do Inmetro afirma que os resultados do teste ainda não chegaram até o instituto e lembra que segue os critérios técnicos da legislação de segurança européia para certificar os produtos.
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