Provedores de internet do RJ cobram ação enérgica das autoridades contra “ataques DDoS”

23/03/2023 17:45:14
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CRIMINOSOS ESTÃO AGINDO SISTEMATICAMENTE FAZ UM MÊS PARA PREJUDICAR NAVEGABILIDADE DA INTERNET AFETANDO AS EMPRESAS E USUÁRIOS –

49 provedores de internet do Estado do Rio de Janeiro – inclusive de Nova Friburgo – assinaram uma carta aberta onde pedem para que as autoridades atuem de forma conjunta e enérgica para combater os ‘Ataques de Negação de Serviços’, também conhecidos como ‘Ataques DDoS’. As empresas estão sendo alvos de criminosos que acabam afetando o atendimento a clientes residenciais e empresariais, prestadores de serviços essenciais e outros tantos usuários da internet.

Os ataques criminosos aos provedores de internet estão ocorrendo de forma persistente desde 26 de fevereiro de 2023. Diante da gravidade e da persistência dos ataques, e da impotência dos provedores, a carta pede urgência para a solução do problema.

O documento conjunto é dirigido às autoridades de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro e do governo federal; para os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário; para a Anatel, entidade regulamentadora do Setor de Telecomunicações; e para as associações de telecomunicações e de provedores de internet, o CERT.BR e o IX.BR.

A carta ressalta que no Estado do Rio, dezenas de provedores já reconheceram, por meio de comunicados aos seus clientes, que estão sob severos ataques dessa natureza.

Em um ataque de DDoS, um invasor sobrecarrega seus alvos (que podem ser provedores de serviços de pequeno, médio ou grande portes, sem distinção) com tráfego de internet indesejado para que o tráfego normal dos clientes não consiga atingir o destino pretendido.

De acordo com o documento, os ataques podem acontecer em horários diferentes, com duração e intensidade variáveis e podem atingir vários provedores ao mesmo tempo ou provedores específicos (dependendo da motivação para o crime).

Essa prática criminosa não é um fenômeno social novo. Os meios usados pelos criminosos são diversificados e estão sendo aprimorados, para causar mais danos aos consumidores. Assim, as estruturas dos provedores, por melhores que sejam, ficam sobrecarregadas.

Com todos os esforços e recursos que estão sendo empregados, não há interrupção total dos serviços, mas milhares de clientes são impactados, já que suas rotinas e atividades profissionais são comprometidas com lentidão, intermitência na navegação, oscilação na velocidade e instabilidade no acesso a algumas plataformas como jogos, serviços de streaming, IPTV (principalmente os não licenciados, o que também é considerado crime), dentre outras aplicações.

A carta explica que esse tipo de ataque, voltado para prejudicar a navegabilidade na internet, não está relacionado a nenhum sequestro ou apropriação de dados confidenciais dos provedores ou de seus clientes. E esclarece:

Esses ataques são notadamente conhecidos como atos de ‘Força Maior’, já que constituem um fato ou evento imprevisível, ou de difícil previsão, que, infelizmente, não pode ser evitado apenas pelas proteções dos Provedores de Internet, pois são cometidos de forma ilegal por criminosos.

Os provedores do Estado do Rio, de acordo com o documento, estão tomando todas as medidas técnicas (reforçando as suas estruturas de proteção) e legais cabíveis (registrando Boletins de Ocorrência perante as autoridades policiais).

O objetivo é diminuir os ataques e, obter a assistência necessária para interromper os atos ilegais.

A carta também questiona: “Afinal, a quem interessa esses ataques? As autoridades precisam apresentar respostas e penalizar, exemplarmente, todos os criminosos envolvidos.”

O documento levanta ainda um outro ponto necessário: a aprovação de mudanças na legislação vigente, para garantir a eficácia jurídica através de ações e políticas coordenadas, para investigar e punir com mais rigor esse tipo de crime.

Os provedores que subscrevem a carta, se colocam à disposição das autoridades e dos clientes, para esclarecimentos adicionais. Ressaltam também que as equipes técnicas “estão trabalhando incansavelmente para reduzir os ataques”.

Mas, apenas os esforços na esfera privada não são suficientes para impedir a prática desses crimes. É preciso que as autoridades competentes se manifestem e atuem para dar uma resposta à sociedade.

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