Recentemente autorizado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para ser vendido em farmácias, o Paxlovid – um remédio comprovadamente eficaz contra a covid – deve chegar às prateleiras custando R$ 2.700.
O governo federal encomendou até agora 100 mil doses do medicamento da Pfizer para distribuir a toda rede pública de saúde, o tratamento pode acabar “elitizado”, avalia o vice-presidente da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), Alexandre Naime.
Com eficácia de 89% contra hospitalização e morte de idosos e pessoas com baixa imunidade, o Paxlovid foi aprovado nos Estados Unidos em dezembro do ano passado.
No Brasil, a Anvisa aprovou o remédio em março. Em maio, sua distribuição no SUS foi aprovada, mas, em agosto, o governo ainda estava em “tratativas” para a compra. Na ocasião, a Pfizer disse ter “capacidade de produção suficiente” para atender “as necessidades brasileiras”.
A Anvisa autorizou, em 21 de novembro, a venda do Paxlovid em farmácias e hospitais particulares. A Pfizer disse buscar “disponibilizar o medicamento o mais rapidamente possível” à rede privada, mas não estimou data ou preço.
Para o governo dos Estados Unidos, cada tratamento, que dura cinco dias, custou US$ 530 (R$ 2.700 em valores de hoje). Na França, saiu por R$ 2.800. “Vai se criar um mercado elitizado”, aposta Maine, que além de vice-presidente da SBI é pesquisador e professor de infectologia da Unesp (Universidade Estadual.