Em depoimento ao juiz federal Marcelo Bretas, esta semana, o ex-governador Sérgio Cabral fez méa culpa e disse que “se perdeu” na promiscuidade das doações. Sérgio Cabral é réu em mais de 20 processos e foi condenado em cinco, totalizando mais de 100 anos de prisão.
“Eu pedia dinheiro e era muito dinheiro sim. Em vez de ficar concentrado no meu governo, nas minhas realizações… o poder é algo tão perigoso”, afirmou.
Sérgio Cabral, condenado e preso, acrescentou: “Eu não soube me conter diante de tanto poder e de tanta força política. E, de maneira vaidosa, quis fazer (eleger) prefeitos, vereadores, usar recursos”, acrescentou.
Na audiência, Sérgio Cabral admitiu ter movimentado R$ 500 milhões em doações eleitorais, sendo R$ 20 milhões do total para uso pessoal. “A promiscuidade (de doações) foi muito grande e foi nessa promiscuidade que me perdi. Usei dinheiro de campanha para fins pessoais. Eu nunca pedi a um empresário que incluisse um percentual qualquer em nenhuma obra ou serviço do meu governo. Garanto isso ao senhor [juiz Marcelo Bretas], falo em nome dos meus filhos e do neto que conheci essa semana”, afirmou.
Questionado se tem interesse em ressarcir os cofres públicos, o ex-governador respondeu; “Tenho sim”. Após observação do magistrado sobre “qual a importância de patrimônio estando longe dos filhos?”, o ex-governador concluiu: “Vou oferecer [o patrimônio material]”.