Liberada desde dezembro de 2015, a primeira vacina contra a dengue com comercialização autorizada no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) teve seu preço estipulado segunda-feira (25), e já pode ser encontrada na rede privada de clínicas e hospitais.
Chamada de Dengvaxia, ela é produzida pelo laboratório francês Sanofi. Embora outras fórmulas estejam sendo testadas, uma inclusive pelo Instituo Butantã, esta é a única que já passou pelos testes da Anvisa e foi liberada.
De acordo com os estudos realizados pela Sanofi, a vacina protege com taxas diferentes os quatro tipos de vírus da dengue e, por isso, é chamada de tetravalente.
Quanto custa a vacina contra a dengue?
Estipulado pelo Comitê Técnico Executivo da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos, a vacina pode custar entre R$ 132,76 e R$ 138,53. A variação é de acordo com os estados e tem como explicação as diferentes taxas de impostos.
No total, o valor pode ser mais alto porque deve contar com a taxa de aplicação variável cobrada pelas clínicas e hospitais privados.
A vacinação completa consiste em três doses aplicadas com um intervalo de seis meses a cada aplicação.
Quem pode tomar a vacina da dengue?
A vacina poderá ser aplicada em pessoas entre 9 e 45 anos. Segundo a Anvisa, estudos ainda estão sendo feitos para comprovar a segurança em crianças menores de 9 anos e adultos com mais de 45 anos.
Onde tomar a vacina contra a dengue?
Por ora, a vacina pode ser comprada por hospitais e clínicas particulares. De acordo com informações do Ministério da Saúde, o custo de distribuição da vacina ainda está sendo avaliado e, por isso, ela não foi incluída no calendário nacional de vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS).
Mas, embora disponível apenas nas redes particulares, os estados e municípios podem optar por comprá-la para campanhas locais.
Efeitos colaterais da vacina contra a dengue
Artur Timerman, presidente da Sociedade Brasileira de Dengue e Arboviroses, diz que as vacinas deveriam passar por mais testes para que fossem descobertas possíveis reações de seus anticorpos com os vírus da zika e da chikungunya, doenças também transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti e que atualmente protagonizam epidemias no país. “Estamos com três vírus circulando e precisamos saber qual é a interação de um vírus com o outro. Não sabemos qual a influência de anticorpos contra a dengue em manifestações de chikungunya e zika”, avalia.
Já a diretora médica da Sanofi, Sheila Homsani, diz que, embora os estudos in vitro mostrem que os anticorpos poderiam causar infecções maiores, nos testes com humanos não foram observados casos de agravamento da doença causada pelo Zika vírus.
A vacina da dengue protege contra a zika e a chikungunya?
É importante lembrar, no entanto, que a vacina não protege contra a chikungunya e a zika, outras doenças transmitidas pelo mesmo vetor, o Aedes aegypti. Portanto, o mosquito deve continuar sendo combatido pela população e pelo poder público.
Fonte: http://extra.globo.com/