Ao interagir com produtos químicos presentes na água, esses materiais se tornam perigosos.
A gente ama ir à piscina, mas não tem jeito: quando ela é compartilhada com muitas pessoas, o risco de a água estar cheia de suor e xixi é grande. Todo mundo sabe disso, mas na hora do calor o que importa é se refrescar e curtir com os amigos e a família.
Porém, muitos não sabem que, em altas concentrações, esses fluidos corporais interagem com os produtos químicos da piscina formando uma combinação perigosa. O alerta vem de um novo estudo da Universidade de Alberta, no Canadá, publicado no último dia 2 de março no periódico científico Environmental Science & Technology Letters.
Os cientistas canadenses decidiram fazer a investigação após o episódio da Olimpíada do Rio, em 2016, em que a água de uma das piscinas do Parque Aquático Maria Lenk ficou esverdeada por causa do uso indevido de peróxido de hidrogênio. Até que descobrissem a origem do problema, houve muita especulação do que havia causado a mudança de cor – e o xixi era uma hipótese.
Para o levantamento, os estudiosos coletaram mais de 250 amostras de água de 31 piscinas, banheiras e ofurôs de duas cidades canadenses. Nos resultados, eles viram que uma piscina de 830 mil litros (um terço de uma piscina olímpica) tinha 75 litros de urina; já uma versão menor (metade da primeira) apresentava 30 litros.
Entenda: O que a cor do seu xixi diz sobre a sua saúde
Os experts mediram a quantidade de xixi a partir das concentrações de uma substância chamada acesulfame-K (ACE), um adoçante artificial presente em alimentos processados e que é eliminado pela urina e, por isso, serve como um marcador do líquido produzido pelo nosso corpo. Eles analisaram o conteúdo das piscinas ao longo de três semanas e encontraram 570 vezes mais ACE do que em uma torneira comum.
Ligações perigosas
Tanta urina na água não é só nojento – é perigoso também. Os autores do artigo alertam que, na piscina, materiais como xixi e suor reagem com desinfetantes e formam compostos que podem causar, entre outras coisas, irritação nos olhos e problemas respiratórios.
A preocupação é ainda maior em piscinas cobertas. Além de não receberem a luz do sol, que quebra as substâncias nocivas, elas formam um ambiente propício para que esses compostos fiquem pairando no ar, gerando encrencas a quem sofre com asma, por exemplo.
O que fazer?
“Nunca mais entro em uma piscina”, você deve estar pensando. Apesar de a melhor solução seria evitar entrar nelas, sabemos que isso não vai acontecer. Solução? Em entrevista à radio americana NPR, a líder do estudo, Xing-Fang, afirmou que tomar uma ducha de 1 minuto depois de entrar na água já ajuda a remover da pele os elementos perigosos. Então, partiu dar um mergulho?
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