Tem hora que ela vem de repente e passa rápido. Tem hora que ela insiste e permanece por alguns dias. Tem dia que refresca e tem dia que entristece. Tem ainda o dia que dá preguiça e o dia que dá energia porque você se anima a pedalar, cozinhar, namorar. Tem também aquela brincadeira de infância que pergunta: o que é que cai em pé e corre deitado? E ainda tem a música, o livro, o bolinho passado na canela com açúcar, o chá, o vinho, tudo em homenagem a ela.
Chuva é um fenômeno da natureza completamente necessário ao equilíbrio do ecossistema em que vivemos. As plantas adoram, os rios se renovam e a poluição se disfarça. Um bom banho de chuva também é libertador, pois a água celestial e abundante parece que realmente lava com propriedades divinas o corpo e a alma. Às vezes, ela vem com sol, outras com vento. Às vezes entrega granizo. E para tantos votos de fertilidade e amor, existe a chuva de arroz e a de pétalas de rosas. Tem muita chuva mesmo…
Os efeitos especiais são cinematográficos. Raios, relâmpagos, trovões e trovoadas. Já imaginou quantas descargas elétricas são necessárias para cada acontecimento desse? Tem artista que se inspira e cria algo inédito. Tem animal que se amedronta e corre para um abrigo seguro. Tem gente que se esconde e espera a tormenta passar. E para alguns poucos dias premiados, tem o espetáculo do arco-íris, um capricho tão lindo quanto misterioso e efêmero.
A chuva pode ser muitas coisas. Poética, romântica, garoa, tempestade, implacável, destruidora. Pode fazer brotar a vida ou a morte. Pode transbordar um sentimento oculto (eu já chorei muito sei lá porquê em uma noite chuvosa) como também dizimar uma localidade inteira. Ela muda a cor do céu, fecha aeroportos, agita as ondas do mar. Depois devolve a normalidade, a luz, a cor.
Está torcendo para essa chuva toda acabar, não é?