Estreia esta semana nos cinemas em Nova Friburgo Silvio. Muito criticado por problemas históricos e por ignorar pontos considerados importantes, o filme foi dirigido por Marcelo Antunez e conta o sequestro apresentador Silvio Santos no ano de 2001. Com a morte recente comunicador, essa produção vai possivelmente atrair um bom público, mas independente do recorte, não podemos ignorar o formato narrativo que tenta criar um herói, reescreve a história e entrega algo distópico buscando somente o resultado. Outro problema foi a escolha do Rodrigo Faro para interpretar o Silvio. Não que ele seja um ator ruim, mas utilizar uma figura conhecida como o Faro, costuma levar a um resultado caricatural, tendendo para a paródia. O que poderia atrair mais a atenção por conta do protagonista, acaba sendo mais um ponto negativo. O elenco ainda conta com Paulo Gorgulho, Fernanda Viacava, Polliana Aleixo e Johnnas Oliva, entre outros. É uma versão fictícia do sequestro, com frases feitas e bordões que não consegue encontrar um caminho, atirando para todos os lados, sem entregar um fio condutor que sustente a narrativa. O filme carrega momentos constrangedores, como algumas situações de confusão mental ou mesmo com a bobagem do trote que não está apoiada em qualquer situação na narrativa. Parece que durante a produção ou mesmo depois, tentaram mudar o direcionamento da história, o que resultou em um total desgoverno. Só salvam mesmo alguns flashbacks e nada mais. A indicação etária é recomendada para maiores de 14 anos.
Estreia também nesta semana nos cinemas em Nova Friburgo Meu Amigo Pinguim. Baseado em uma história real, o filme conta a improvável amizade de um pescador brasileiro com um pinguim que viralizou nas mídias e cativou a todos. Dirigido pelo brasileiro David Schürmann e gravado 70% em Paraty e Ubatuba o filme é lindo e carrega uma conexão forte com o brasileiro. Schürmann insistiu que fosse feito no Brasil e acertou em cheio. Outro ponto forte, é quanto ao elenco que conta com Jean Reno no papel do pescador João e ótima Adriana Barraza. É um filme norte americano com sotaque latino sobre uma história bela de amizade que nos ensina uma lição sobre nós mesmos e sobre toda a riqueza de animais que nos cercam. É o típico filme para assistir e sair do cinema com um sorriso no rosto. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 10 anos.
Outra estreia desta semana em Nova Friburgo é Robô Selvagem. Nova animação da DreamWorks que chega aos cinemas foi baseada nos livros de Peter Brown que utiliza um robô, para contar uma história linda que toca diretamente nossas almas e emoções. Chris Sanders que dirigiu e roteirizou a animação, entrega uma verdadeira obra de arte visual, referenciando várias fontes e estéticas, criando uma dinâmica própria que consegue arrebatar o público logo nos primeiros minutos de exibição. No enredo, um robô se encontra perdido em uma ilha após um naufrágio e precisa se adaptar ao ambiente, superando obstáculos e fazendo alianças improváveis. Com muitas cenas cômicas além dos conflitos, a mensagem que fica é poderosa, sobre a vida que mesmo com todas as diferenças, busca uma unidade coletiva. Destaque também, para os personagens carismáticos e fofos. É a diferença entre uma inteligência artificial, programada para servir os humanos, mas que agora em contato direto com a vida na natureza, precisa ir além, desenvolvendo seus próprios códigos e soluções. O roteiro é relativamente simples, até previsível, mas isso não importa pela grandiosidade visual e o apelo emocional que a animação carrega. Certamente um dos melhores filmes do ano e vai estar presente em boa parte das principais premiações mundiais. Vale muito o ingresso e a indicação etária é livre para todas as idades.
Mais uma estreia nesta semana em Nova Friburgo é Fantasma. Dirigido pelo chileno Martín Duplaquet, o filme narra a história de José, que, após enfrentar dificuldades, retorna ao crime liderando uma gangue de assalto a bancos em Santiago entre 2006 e 2012. Baseado no caso real de Juan Abello, essa produção busca um tom cômico. Mesmo com esse estilo leve, o filme apresenta uma trama bem construída, com personagens carismáticos e cenas de roubo envolventes. Sem violência explícita, o roteiro foi bem construído entregando uma trama sempre crescente. O problema está na quantidade excessiva de personagens e na busca incessante ao cômico, o que acaba por entregar situações caricatas de forma forçada. No elenco temos os ótimos Willy Semler, Elisa Zulueta, Daniel Muñoz e Darío Lopilato, entre outros. Baseado em fatos reais, o filme brinca com um tema interessante e entrega uma boa comédia. Vale sim o ingresso e a indicação etária é recomendada para maiores de 16 anos.
A última estreia desta semana em Nova Friburgo é Não Fale o Mal. Esse é um remake hollywoodiano do thriller dinamarquês Speak No Evil, de Christian Tafdrup que está em exibição nos cinemas. Na versão americana, dirigida e roteirizada por James Watkins, a trama acompanha uma família dos Estados Unidos que, após conhecer uma família britânica durante suas férias na Europa, é convidada para um final de semana em uma casa de campo. O que começa como uma viagem agradável logo se transforma em um verdadeiro pesadelo, quando os anfitriões, começam a agir de maneira bizarra e revelam uma violência assustadora em que os visitantes acabam presos em uma armadilha mortal, sem compreender as regras de um jogo cruel. O elenco conta com James McAvoy, que possivelmente entrega seu melhor trabalho nos cinemas, além das participações de Mackenzie Davis, Aisling Franciosi e Kris Hitchen entre outros. Apesar de desnecessariamente explicativo, Watkins faz várias alterações em relação ao filme original, especialmente no arco final, proporcionando um desfecho ainda mais tenso e inquietante. Vale sim o ingresso e a indicação etária é recomendada para maiores de 18 anos.
Sugestão: A dica desta semana para assistir em casa vai para O Casal Perfeito. Série da Netflix que está em primeiro lugar entre os mais assistidos, tem Nicole Kidman, Eve Hewson, Liev Schreiber e Dakota Fanning no elenco principal. Apesar do roteiro simplista e com personagens caricatas, a série carrega um mistério que prende a atenção do público, somado a uma direção competente e com apenas seis episódios.
