Outlander pode ser tanto o nome de uma série no Netflix como pode ser também o nome dado a uma pessoa que vive em terras estrangeiras. Numa tradução simples, significa forasteiro, aquele que vem de fora. O forasteiro chega sempre com sua vivência e referência e vai descobrindo e se adaptando aos novos fatos e regras do seu novo lugar.
No cenário cotidiano, os ônibus urbanos podem transportar carrinhos de bebê e notebooks em funcionamento, o pagamento do estacionamento pode ser feito pelo aplicativo do celular e calibrado para mais ou menos tempo, idosos podem comparecer à sede da Guarda Nacional Republicana para assistir palestras sobre prevenção à golpes e acidentes, pessoas de todas as idades podem frequentar complexos desportivos impecáveis e pagar apenas valores simbólicos por sua utilização, cidadãos de qualquer país, devidamente identificados, podem abrir uma conta bancária no sábado e sair do banco digital já com o cartão da conta.
O novo se apresenta o tempo todo, seja numa expressão que você nunca ouviu falar, seja na novela que você não conhece ator nenhum ou ainda nos hábitos e comportamentos gentis ou hostis. As gírias e palavras que você não conhecia antes começam a fazer parte do seu vocabulário que vai naturalmente absorvendo, incorporando, acrescentando novas palavras. Já os locais, vão lentamente aceitando, decifrando e conhecendo um grupo ou uma multidão de forasteiros e lidando com a diversidade que pode ser interessante, inofensiva e até mesmo divertida.
O bom de ser forasteiro é estar sempre atento, perguntar o que não sabe, explicar o que já sabe, observar, comparar, refletir. Nem todos os dias são fáceis, porém cada dia traz um aprendizado e um agradecimento. Às vezes, estar longe pode significar estar bem perto daquela luz interior que ilumina o caminho da grande jornada que todos temos na terra: viver. Plenamente, um dia de cada vez.