CLÁUDIO CASTRO, MARCELO FREIXO E RODRIGO NEVES TENTAM DESCONSTRUIR IMAGEM DE ADVERSÁRIOS NA TV –
POR JORNAL EXTRA
A menos de duas semanas do primeiro turno, candidatos ao governo do Rio estão escalando o tom dos ataques entre si em seus programas de rádio e TV. Líderes da disputa num empate técnico, segundo o Datafolha, Cláudio Castro (PL) e Marcelo Freixo (PSB) priorizaram num primeiro momento o conteúdo de suas propagandas para se apresentar ao eleitor. Agora, estão dedicando peças eleitorais a uma campanha de desconstrução da imagem um do outro.
Já Rodrigo Neves (PDT), por correr por fora ocupando o terceiro lugar da disputa, não se tornou alvo desse bombardeio televisivo. Porém, vem aproveitando para distribuir seus ataques contra os dois líderes. Nos programas eleitorais veiculados até aqui, o pedetista busca explorar seus dois mandatos como prefeito de Niterói e compara com a gestão do governo do Rio, intensificando os ataques especialmente a Castro. Freixo, apesar de ser alvo frequente de críticas em agendas e sabatinas de Neves, é mais citado nas inserções, tachado de inexperiente pelo adversário.
Segundo interlocutores das campanhas, o foco da estratégia nesses ataques é buscar aumentar os índices de rejeição dos adversários. De acordo com o último Datafolha, Freixo tem a maior rejeição, com 25%; seguido de Castro, com 19%; e Neves, com 9%. Além disso, a tática busca influenciar na escolha de eleitores que ainda estão indecisos (8%).
O levantamento mais recente do instituto também mostrou que Castro e Freixo lideram com 31% e 27% respectivamente, um empate técnico dentro da margem de erro, de três pontos percentuais. Neves aparece em seguida com 8%. Brancos e nulos somam 14% das respostas e outros 8% não souberam ou não quiseram responder.
MUDANÇAS DE POSIÇÃO
Nos últimos dias, Castro passou a veicular uma inserção em que elenca contradições e mudanças de posição de Freixo buscando colar no adversário a imagem de um político artificial, com uma postura eleitoreira. O vídeo enfatiza pautas de costumes relembrando posicionamentos antigos do candidato do PSB como a defesa da legalização das drogas — durante a campanha, ele mudou o tom e passou a se dizer contrário.
“Em qual Freixo você pode acreditar? No Freixo de sempre ou o Freixo de mentirinha para enganar o eleitor?”, arremata a propaganda. O mesmo material acusa ainda o pessebista de “atacar” o ensino religioso, a polícia e ações de segurança.
O material responde à estratégia de Freixo, que vem centrando fogo em Castro tanto em inserções quanto em programas dedicados quase inteiramente em fustigar o adversário.
EX-SECRETÁRIO PRESO
Em uma dessas peças de propaganda, o candidato do PSB encena uma entrevista com o jornalista e ex-candidato Marcos Uchôa (PSB) em que o assunto são os escândalos do governo Castro. Ele usa a prisão do ex-secretário de Polícia Civil de Castro, Allan Turnowski, que concorre para deputado federal pelo PL, como gancho para lembrar crises políticas da atual administração.
“A gente não pode ter um sexto governador preso. Já são cinco secretários só na gestão Witzel e de seu vice Cláudio Castro, presos. O nosso Estado não aguenta mais isso. Nós vamos tirar essa máfia do poder”, diz o pessebista em trechos do vídeo.
Para um de seus programas mais recentes, Rodrigo Neves aposta em aliados políticos, os prefeitos do Rio, Eduardo Paes (PSD), e de Niterói, Axel Grael (PDT), que tentam vender o pedetista com a imagem de um “bom gestor”, que teve êxito e aprovação na Prefeitura de Niterói. Em outra inserção veiculada, a campanha de Neves atribui a Freixo “inexperiência”, alvo das principais investidas televisivas contra o pessebista.
Em outro programa, veiculado na última semana, a campanha de Neves foca na segurança pública e, com imagens de traficantes e fotografias tiradas após operações policiais nas favelas do Rio, o pedetista critica a política adotada pelo governador Cláudio Castro.
“Não podemos mais tolerar chacinas, execuções, e a morte de pessoas inocentes, inclusive de crianças. Nos últimos anos, o governo Cláudio Castro deixou de lado a vigilância e o patrulhamento das ruas, e passou a dar total prioridade às operações em comunidades. Por isso, o povo vive com medo nos bairros, nos centros comerciais, e até nas próprias comunidades”, diz a peça de campanha.
Entre as críticas ao governador, também aparecem referências ao escândalo da Fundação Ceperj e à gestão na educação. Outro programa diz que o governo de Castro “serve apenas aos interesses de seus aliados políticos, num toma lá dá cá sem fim”.