Estreia esta semana em Nova Friburgo Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis. O filme faz parte da fase quatro do universo cinematográfico da Marvel. Não existe qualquer dúvida que a intenção da Disney foi não só trazer à tona um personagem desconhecido para renovar os heróis, mas principalmente lançar um representante autêntico da China, um mercado gigante que precisa ser melhor explorado. Isso fica muito evidente principalmente nas cenas de ação que desde o início, são desenvolvidas com a tradicional coreografia de artes marciais tão utilizadas pelas produções asiáticas. Nos dez primeiros minutos, a impressão é de que estamos diante de filmes como O Clã das Adagas Voadoras ou Herói do diretor Zhang Yimou. O enredo conta a tradicional jornada do herói. Shang-Chi e sua família passaram por um longo treinamento e após serem atraídos pela organização dos Dez Anéis, vão precisar de todas as suas habilidades para superar desafios inimagináveis. O diretor Destin Daniel Cretton acerta nas lutas e cenas de ação utilizando cortes precisos e variados aproveitando bem os diferentes ambientes e planos onde as lutas se desenvolvem. Visualmente a produção é impressionante, principalmente no terceiro ato até o final, mas o grande acerto mesmo é a imersão na cultura e estética dos filmes chineses, sem perder a identificação com o Universo Marvel. O maior problema está no roteiro que oscila o ritmo e, apesar da relevância dos problemas, são poucos e excessivamente dramatizados. Belo, épico e emocionante, Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis cumpre bem o seu papel ao atingir em cheio ao público chinês e trazer uma nova referência para todos os fãs da Marvel. Claro que tem cenas após os créditos! Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 12 anos.
Outra estreia desta semana é After – Depois do Desencontro. Terceiro filme da franquia, o jovem casal segue a saga das maravilhas e decepções do amor. Se no primeiro filme eles se apaixonam e no segundo começam as brigas e o distanciamento, agora é o momento do reencontro, mas com bagagens a serem carregadas entre acontecimentos passados e problemas familiares. O ponto interessante da produção, foi a utilização de uma narrativa jovem e sexualizada de forma inteligente, ainda que repetitiva, capaz de traduzir a química e os sentimentos do casal. Estrelado pelo ator britânico Hero Fiennes Tiffin e pela australiana Josephine Langford, o filme deixa pouco espaço para outros personagens que só atuam para trazer alguma ação fora da bolha do romance. É um filme com baixo orçamento, bem dirigido pela jovem atriz e cineasta Castille Landon, que completa no próximo mês trinta anos e que vai agradar a um público específico. Enquanto veremos comentários com elogios do público, também serão feitas duras críticas o que de certa forma, é comum nas franquias com romances juvenis. O que posso dizer, é que esse é o menos pior dos três filmes. Me incomoda a narrativa apelativa exaltando as ações conflituosas, mas também tem um sopro de juventude e liberdade. É a dualidade humana sob a ótica da sociedade britânica cafona e muito fora da realidade mundo afora, mas quem liga para isso. O que importa é o amor, não é verdade? Vale sim o ingresso e a indicação etária é para maiores de 16 anos.
A última estreia desta semana é Patrulha Canina: O Filme. Sucesso entre as crianças, já com oito temporadas, a série de animação com filhotes de cachorros que fazem resgates ousados e criativos volta aos cinemas, mas desta vez com uma aventura inédita. Na primeira aparição dos pequenos heróis nos cinemas, o formato era o mesmo com histórias pequenas sem uma adaptação de linguagem que um longa-metragem exige. Esse, na verdade, foi o maior desafio da produção, conseguir prender a atenção das crianças por um período mais longo, o que é bem complicado. Mesmo uma hora e vinte minutos de projeção, o diretor Cal Brunker acerta o formato mais longo sem perder o ritmo já conhecido pelas crianças. Divertido, empolgante e com muitas canções, vai agradar e é uma ótima oportunidade para levar os filhos a vivenciar uma experiência diferente, tão distante nos tempos atuais de pandemia. Vale muito o ingresso e a indicação etária é livre.
Sugestão: Para assistir me casa a dica desta semana vai para La Casa de Papel: Parte 5, Volume 1 e a sexta temporada de Lucifer. Ambas as séries foram sucesso de público no Brasil e são muito aguardadas. Enquanto a turma do professor tenta executar mais um roubo ousado e grandioso, Lucifer agora é o maioral. São muitos episódios disponíveis na Netflix e a certeza de fortes emoções para os fãs. Confesso que passo raiva com La Casa de Papel e a forma como a história vai se arrastando, mas é uma boa série com um bela canção, My Life Is Going On.
