Semana com muitas estreias em Nova Friburgo, vamos começar com o filme com mais sessões disponíveis, Resident Evil: Bem-Vindo a Raccoon City. Diferente das produções anteriores, desta vez a proposta foi criar uma aproximação mais fiel buscando os fãs dos games da Capcom. O resultado é um filme mais alinhado com as narrativas de zumbis. Desta vez, não precisamos só ter um conhecimento prévio da franquia, mas também dos games o que pode afunilar o público, mas é essencialmente um filme de zumbis e o que temos, são pessoas matando as criaturas das mais diversas formas o que pode ser o suficiente para agradar os fãs desse gênero. É uma produção nitidamente de baixo orçamento com efeitos especiais sofríveis e diálogos ainda piores. Não temos um grande nome no elenco e alguns personagens se resumem a falas com uma ou no máximo duas palavras. O enredo busca a origem do mal que contaminou a cidade por um vírus liberado pela farmacêutica Corporação Umbrella. Basicamente o que vemos é um grupo de sobreviventes percorrendo a cidade enfrentando as criaturas em busca de respostas. O filme não é uma continuação de Resident Evil 6: O Capítulo Final e abre novos caminhos para a franquia, mas ainda precisa encontrar uma identidade. Entendo que o público gostava da Milla Jovovich e suas peripécias, mas é hora de buscar novos caminhos. Vale sim o ingresso e a indicação etária é para maiores de 16 anos.
Outra estreia desta semana é Vigaristas em Hollywood. De tempos em tempos vemos produções que satirizam o maior polo de cinema mundial buscando uma crítica ácida ao glamuroso universo dos bastidores nos estúdios de cinema em Hollywood. Esse é um desses casos que ainda reúne muito humor e um elenco repleto de estrelas. O enredo é sobre um produtor que contraiu uma dívida com um mafioso e após um fracasso de bilheteria, precisa forjar um acidente com a estrela do seu novo filme para ficar com o seguro e sanar seus compromissos. Robert De Niro é o protagonista em um papel que parece ter sido escrito especificamente para ele, de tão autêntica é a sua atuação. Ainda temos Morgan Freeman com pequenas aparições, mas quem roubou as cenas foi Tommy Lee Jones com um jeito durão e decadente. É um filme divertido, faz uma crítica contundente, mas não aprofunda o assunto, possivelmente por conta da escolha de buscar mais a comédia. É um bom filme para assistir na famosa Sessão da Tarde e vai agradar a toda a família. Vale muito o ingresso e indicação etária é para maiores de 14 anos.
Outra estreia é a Casa Gucci. São muitos os motivos e nomes que tornam esse um dos filmes mais aguardados de 2021. Baseado no livro Casa Gucci: Uma história de glamour, ganância, loucura e morte de Sara Gay Forden, o enredo conta o dia a dia dos Gucci partindo do ponto em que Patrizia Reggiani, ex-mulher de Maurizio Gucci entra para o estreito ciclo da família. Dirigido por Ridley Scott, o filme conta com um elenco de estrelas raramente reunido com nome como Lady Gaga, Adam Driver, Al Pacino, Jared Leto, Salma Hayek Jeremy Irons. Todos estão muito bem, Leto como sempre fazendo personagens inusitados e a Lady Gaga roubando os olhares e conduzindo as ações. Não seria possível em pouco mais de duas horas, condensar de forma satisfatória o conteúdo do livro, o que acaba sendo um problema afinal, além da complexidade dos personagens e da história da consolidação da marca Gucci, temos um crime e esse é sempre um tema delicado para desenvolver. São muitos os locais, as intrigas e os acontecimentos que são apresentados rapidamente sem conseguir entregar um entendimento razoável. É uma história muito interessante, mas com problemas de adaptação que possivelmente não teria uma solução. Talvez uma série faria mais sentido. Ainda assim, é um ótimo filme e vale muito o ingresso. A indicação etária é para maiores de 14 anos.
Vamos a mais uma estreia desta semana com King Richard: Criando Campeãs. Essa é uma grata surpresa por conta da atuação de Will Smith e da direção inteligente de Reinaldo Marcus Green. A grande sacada, foi assumir que todos sabem e reconhecem o sucesso das irmãs campeãs de tênis, Serena Williams e Venus Williams e assim, evitar o foco no filme de superação com aplauso no final. Isso deu mais liberdade para Green focar no trabalho biográfico e nas armadilhas que uma carreira nos esportes vai apresentar. É impressionante o trabalho que Will Smith desenvolveu ao interpretar Richard Williams, um homem determinado a investir todo o seu esforço na carreira das filhas, mesmo com todas as dificuldades. Podemos já prever uma indicação ao Oscar de 2022. É um filme belo sobre dedicação, comprometimento e coragem. Importante ficar um pouco mais após a sessão e ver os créditos com as imagens reais da família Willians, é uma história de vida inspiradora. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 12 anos.
A quinta estreia desta semana em Nova Friburgo é Missão Resgate. É realmente incrível como a carreira de Liam Neeson ainda segue com filmes de ação e correria, afinal, o ator completa setenta anos em 2022. Vale lembrar que Neeson é irlandês e já lutou boxe amador, talvez isso explique um pouco sobre a sua vitalidade. Sobre o filme, o enredo se desenvolve em uma “estrada” no norte do Canadá quando um comboio de caminhões precisa enfrentar desafios climáticos e traições para chegar a uma mina de diamantes onde se encontram mineradores soterrados para possibilitar o resgate. O diretor e roteirista do filme Jonathan Hensleigh, segue a cartilha do filme de desastres ao apresentar um desafio após o outro em uma progressão que parece não ter fim até o embate final. Como o terreno aqui é o frio, não faltam elementos para criar as mais diversas situações. Na verdade, o gelo é o motivo do filme existir e os personagens, o desabamento e tudo mais só tentam criar um motivo para as ações. Laurence Fishburne é o outro nome forte do elenco, mas infelizmente ele tem pouco tempo de tela. O filme é uma adaptação de O Salário do Medo de 1953 e tem como principal atrativo as cenas de ação em locações que apresentam naturalmente um grande desafio. É um bom filme de ação e vale sim o ingresso. A indicação etária é para maiores de 14 anos.
Por fim, a última estreia desta semana é Clifford – O Gigante Cão Vermelho. Criado por Norman Bridwell, um dos principais nomes da literatura infantil nos Estados Unidos, Clifford rapidamente caiu no gosto das crianças com histórias sobre um cachorro gigante e curioso que adora brincar e está sempre pronto para ajudar. Construir um universo com um cão vermelho enorme em live-action foi o grande desafio desta produção, mas também é o ponto mais interessante para a ação dramática por conta da estranheza que ele causa. É um cardápio longo para piadas e situações inusitadas. O roteiro basicamente segue a cartilha de filmes para crianças. Além do Clifford que funciona como o elemento que traz a mudança capaz de solucionar os problemas, temos o vilão clássico, a menina que precisa se encontrar e os adultos pouco inspirados em busca de transformação. Juntando tudo isso com boas piadas, temos um bom filme. Clifford – O Gigante Cão Vermelho vai agradar mesmo sendo muito previsível. A relação do cachorro com a pequena Emily, interpretada por Darby Camp, é cativante e preservar essa amizade é o que importa. Vale o ingresso e vai agradar a toda a família. A indicação é livre para todas as idades.
Sugestão: A dica desta semana para assistir em casa vai para duas séries que estrearam novas temporadas na Netflix: Perdidos no espaço (3ª temporada) e La casa de papel ( parte 5). Finalmente o Professor e sua equipe chegam a um desfecho. A série já vinha se arrastando e termina com um final digno e romantizado. Já os Robinson seguem a jornada para chegar a Alpha Centauri mas se deparam com inúmeros problemas que podem levar a um fim o sonho de uma vida em um planeta como a Terra.
