A única estreia desta semana em Nova Friburgo é Venom: Tempo de Carnificina. Existem personagens criados originalmente para os HQs que são muito bons mas não se adaptam bem para o audiovisual. Foi o caso do Spawn, filme de 1997 ou mesmo as sequências de Hellboy. Fazem sucesso nas bilheterias por serem interessantes e populares, mas ficam muito aquém das versões dos HQs. Foi também o caso de Venom de 2018 que apesar de ter recebido duras críticas, custou 100 milhões e passou a marca de 1 bilhão de dólares de faturamento. Resultado, vamos de continuação. Venom é um simbionte que vive no corpo de um jornalista. Quando ele assume o protagonismo, é uma criatura poderosa e assustadora, uma espécie de anti-herói. O que o roteiro mais explora é a relação de amor e ódio entre ele e seu hospedeiro. O elenco tem nomes como Tom Hardy, Woody Harrelson e Michelle Williams, todos esquemáticos, afinal, não existe espaço para o drama, e tudo se mistura com um CGI exagerado e questionável. Isso atrapalha muito a atuação, é muito fundo verde e com poucas referências. O grande problema, motivo de tantas críticas negativas por parte da imprensa especializada, é o tom cômico forçado. Desde o início o filme se posiciona como uma produção que não se leva a sério. É realmente incrível como tantos nomes fortes do cinema entregaram um resultado como esse. Parece que toda a produção ligou o automático e ficaram com um amontoado de ideias sem conseguir organizar ou dar um sentido. O filme vai agradar aos fãs, mas no geral não é bom. Uma curiosidade é a cena pós créditos que por incrível que pareça, é mais interessante do que o próprio filme. Vai ser um grande desafio para a Sony emplacar essa produção, mas certamente ainda vamos ver Venom muitas vezes no universo Marvel e quem sabe, em mais uma sequência. A indicação etária é para maiores de 14 anos.
Sugestão: A dica desta semana para assistir em casa vai para Um Método Perigoso. Disponível na Amazon Prime Video, o filme mostra um pouco do nascimento da psicanálise em um embate entre Carl Jung e Sigmund Freud ao tratar uma paciente que sofre de esquizofrenia. Um trio de atores que carrega muita força dramática em um filme baseado no livro “A Most Dangerous Method” e dirigido pelo cultuado David Cronenberg.
