Filmes da semana de 09/06 à 15/06

11/06/2022 13:01:47
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Estreia esta semana em Nova Friburgo A Hora do Desespero. Essa é uma produção com um conceito único e que faz apostas altas, mas por conta do desafio quase impossível, acaba se perdendo e não consegue manter a atenção do público até o final. O tema é muito sério e trata de um ataque a uma escola, enquanto uma mãe que perdeu o marido recentemente, tira um dia de folga para fazer uma trilha pela floresta. Enquanto ela se exercita em um ambiente calmo e belo, fica sabendo pelo celular do ocorrido e passa a acompanhar a tudo isolada e sem qualquer possibilidade de agir. Naomi Watts interpreta a única personagem em tela. Não existe qualquer interação física e ela precisa segurar tudo, o que é muito difícil e ousado. A atriz consegue conduzir o drama sozinha, mas o roteiro acaba caindo em várias armadilhas inventando desafios para tentar fazer a narrativa andar e segurar a tensão, e é aí que a coisa desanda. O diretor Phillip Noyce se esforça, mas com um orçamento muito limitado, usa recursos simples para trazer elementos importantes ao focar nos momentos de confusão da personagem ou mesmo na floresta que parece intransponível. As soluções também não ajudam, basta dizer que a protagonista pega um transporte por aplicativo para voltar a cidade em busca do filho que está sofrendo o ataque na escola, algo que descontextualiza o drama vivido. É um filme que seria uma boa estreia indo direto para uma plataforma de streaming como um entretenimento despretensioso. A novidade mesmo é o fato de ter somente uma pessoa praticamente o filme inteiro na tela, mas isso também cansa e aos poucos faz perder o interesse. Naomi Watts faz um bom trabalho, mas é atrapalhada pelo roteiro e não consegue entregar uma grande atuação. Ainda assim, vale o ingresso e a indicação etária é para maiores de 14 anos. 

A outra estreia desta semana é Assassino Sem Rastro.  Remake do filme De Zaak Alzheimer de 2003, as fichas foram todas apostadas em dois nomes conhecidos, o diretor Martin Campbell de Cassino Royale de 2006 e o veterano de filmes de ação Liam Neeson. Foi criada uma boa expectativa, mas o resultado é meramente mediano e com pouca inspiração. O enredo é sobre um assassino profissional que não consegue concluir um trabalho por questões morais, se é que um assassino teria isso, mesmo com Alzheimer ele precisa fugir do cerco do FBI e resolver os problemas que sua recusa vão causar. O elenco conta com as presenças de Guy Pearce que consegue desenvolver bem seu personagem e Monica Bellucci com uma atuação caricata e com cara de paisagem. A novidade aqui, em se tratando de Liam Neeson, é que ele não é o herói tradicional e sua redenção é meramente pessoal. Isso é um alívio, mas somente isso, não resolve os problemas do roteiro. Outro problema é a idade de Liam Neeson que acaba perdendo o dinamismo das cenas de ação e isso novamente fica evidente. Para compensar, o diretor tenta resolver com diferentes ângulos e na edição, o que não funciona. A produção também não ajuda e deixa a sensação de que muitas cenas foram feitas sem o devido cuidado. Essa é uma adaptação de um livro que carrega uma boa ideia ao trazer um matador de aluguel com Alzheimer, mas traduzir isso para as telas precisa de sutilezas que não foram exploradas. Na verdade, são múltiplos universos em conflito e lidar de forma satisfatória com tudo isso é bem difícil. Esse é um filme que promete mais do que entrega, mas que consegue tirar o manto de Liam Neeson como o salvador da pátria. O enredo tinha o potencial para levantar boas reflexões. A indicação etária é para maiores de 16 anos. 

Sugestão: A dica desta semana para assistir em casa vai para as estreias da plataforma Amazon Prime. Depois da terceira temporada de The Boys, um dos maiores sucessos do serviço de streaming, chega Bosch: Legacy, com Titus Welliver, agora como um detetive particular, desvendando casos e intrigas na bela cidade de Los Angeles.  

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