Estreia esta semana nos cinemas em Nova Friburgo Madame Teia.É difícil entender como um estúdio do porte da Sony Pictures Entertainment ainda insiste por esse caminho e entrega mais um filme de super-heróis explorando o universo do Homem-Aranha achando que isso basta, sem qualquer inovação ou mesmo uma boa ideia, utilizando fórmulas batidas e sem inspiração. Basta dizer que o roteiro original, escrito por Matt Sazama e Burk Sharpless, os mesmos de Morbius, foi revisado e refeito diversas vezes para tentar salvar a lavoura. A sensação ao assistir ao filme é de frustração e que a produção não levou o projeto a sério. Para piorar, são poucas as cenas de ação e a própria Dakota Johnson revelou o seu desconforto em contracenar com fundo verde, para aplicação do CGI. O roteiro não ajuda, se debruça em flashbacks e não consegue justificar as ações ou mesmo dar sentido para as motivações. Tudo isso, com diálogos simplórios e constrangedores. Ainda assim, vai agradar aos fãs de heróis, possivelmente por isso filmes assim ainda são feitos, mas certamente vai patinar nas bilheterias. Está mais para uma tragicomédia do que um filme de ação. A indicação etária é para maiores de 14 anos.
Outra estreia desta semana nos cinemas em Nova Friburgo é Bob Marley: One Love. Mais uma cinebiografia chega aos cinemas e desta vez, fazendo um recorte da vida do rei do reggae que atuou muito além da música, condecorado com a “Medalha da Paz do Terceiro Mundo” pela ONU e que faleceu em 1981. O problema é sempre o mesmo. Como traduzir um nome tão aclamado e referenciado, para as telas de cinema? Para piorar, a família ainda interferiu, o que só atrapalha. Existem uma fórmula engessada, muito usada, e foi basicamente o que foi feito. Com belas canções o filme não aborda questões realmente relevantes, foca em um dilema menor e fica parecendo um livro de autoajuda, cheio de frases fofas que não causam o impacto desejado. Kingsley Ben-Adir é um bom ator, mas interpretar Bob Marley é complicado, principalmente pelo carisma que o músico esbanjava. Quando as imagens nos créditos de arquivo são exibidas, fica evidente a diferença e como o desafio estava além do que foi apresentado. O que fica, são as músicas, as ambientações e um pouco da história de Bob Marley que devemos sempre lembrar e celebrar. Ainda assim vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 16 anos.
A última estreia desta semana nos cinemas em Nova Friburgo é Zona de Interesse. Esse é um dos melhores filmes do ano! Posso dizer isso sem qualquer receio, até porque, está indicado em 2024 ao Oscar de Melhor Filme e ao Oscar de Melhor Roteiro Adaptado entre muitas outras. Adaptado do livro The Zone of Interest de Martin Amis o filme é a perfeita tradução da expressão “Banalidade do Mal” de Hannah Arendt. O enredo é sobre uma família que vive ao lado de Auschwitz sem se importar com tudo o que está acontecendo, afinal quem habita o local é o próprio comandante do campo de concentração. Os grandes acertos estão na direção e no roteiro de Jonathan Glazer, assim como na trilha sonora de Mica Levi. O diretor utiliza o conhecimento prévio que temos como parte de sua narrativa, o que engrandece a experiência, mas frustra quem quer tudo mastigado. No elenco temos Christian Friedel e a ótima Sandra Hüller que também atuou em Anatomia de Uma Queda. Esse é um filme que não fica na sala de cinema, ele nos acompanha e permanece vivo em nossas mentes. É uma análise profunda de como nos adaptamos a situações impensáveis e brutais. Simplesmente seguimos como se nada estivesse acontecendo. É um tema importante e atual. Fica aqui o aviso novamente, pode não agradar a todos. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 14 anos.
Sugestão: A dica para assistir em casa esta semana vai para Nyad. Disponível na Netflix o filme conta a luta de uma mulher com mais de 60 anos de idade que tentou nadar de Cuba à Flórida, um feito nunca realizado. Estrelado por Annette Bening, com Jodie Foster e Rhys Ifans, apesar das polêmicas que envolvem a travessia, é uma obra sobre superação e um exemplo de vida para todos.
