A única estreia desta semana em Nova Friburgo é Lightyear. Personagem central da franquia de Toy Story, a Pixar aposta em um Spin Off do herói carismático trazendo uma animação repleta de nostalgia e tenta manter acesa a chama para os fãs, assim como busca agradar ao público que pode estar tendo contato pela primeira vez com o universo de Toy Story. Esse foi um grande desafio e o diretor e roteirista Angus MacLane tentou captar a essência do personagem já conhecido e adorado por muitos, com o filme que supostamente encantou Andy e o levou a querer tanto o brinquedo que é o ponto de partida do filme original de 1995. Nesse aspecto, a animação cumpre bem o seu objetivo, mas a sensação é de uma Pixar totalmente no piloto automático. Esse é certamente o trabalho mais belo do estúdio visualmente. As texturas, as cenas no espaço e tudo que é visto na tela impressionam pela riqueza dos detalhes. Isso pode ser visto como um problema por muitos afinal, a animação em uma linha do tempo, precede o Toy Story original. Não estou dizendo em fazer uma animação com a qualidade de décadas atrás, mas sim, a possibilidade de trabalhar múltiplas estéticas criando também visualmente uma relação com as produções originais. O grande problema da animação, é que Buzz não consegue se conectar com o público e o roteiro faz mais do mesmo o tempo todo. Além de Buzz Lightyear, temos o vilão Zurg que não agrada, os recrutas que são genéricos e caricatas e o Sox, um gato robô que rouba a cena e vai bem além de um alívio cômico, certamente o melhor de toda a animação. O protagonista tem uma confiança que beira o infantil, é teimoso e precisa aprender uma lição, nada além disso. É uma aventura visualmente bem-produzida, cumpre o papel, mas pode decepcionar os fãs. A pergunta que fica é se a Pixar vai seguir nesse caminho de Spin Off de personagens cultuados, vamos aguardar. Vai agradar pelo espetáculo e vale sim o ingresso. A indicação etária é livre para todos os públicos.
Sugestão: A dica desta semana para assistir em casa vai para Spiderhead. Lançamento recente na plataforma da Netflix o filme é inspirado em um conto de ficção científica chamado Escape from Spiderhead de 2010 publicado no periódico The New Yorker e conta a história de um grupo de pessoas condenadas pela justiça que são submetidas a um experimento com drogas. Com as presenças de Miles Teller, Chris Hemsworth, Tess Haubrich, entre muitos nomes conhecidos, a ideia é muito boa com diversas possibilidades para debater o sistema prisional e o valor das pessoas que nele habitam. Apesar da boa direção do Joseph Kosinski, as soluções do roteiro e os caminhos que o enredo transita, não alcançam o potencial que o tema sugere. Ainda assim vale pela qualidade da produção, da boa ideia e o pelo elenco.
