Com muitas estreias esta semana nos cinemas em Nova Friburgo vamos iniciar com Ferrari. Adaptado da biografia escrita por Brock Yates, Ferrari: O homem por trás das máquinas, o filme conta os bastidores de um mito tentando decifrar quem foi Enzo Ferrari. O nome forte desta produção é o do cineasta Michael Mann, que contou com um orçamento de quase cem milhões de dólares e mais uma vez, abraçou o desafio de dirigir um filme sobre automobilismo, o que vem sendo sinônimo de baixa bilheteria. O problema é que filmes são sobre pessoas e não carros velozes em pistas de corrida. Michael Mann sabe bem disso e buscou exatamente esse caminho. O que temos no filme é um drama familiar em que o pano de fundo são os negócios que não andam bem e riscos acabam sendo assumidos, além claro, da determinação de um homem em busca de seus sonhos. O elenco conta com nomes como Adam Driver, Penélope Cruz, Shailene Woodley, Patrick Dempsey e Gabriel Leone entre outros, com destaque para Penélope Cruz que engrandece todas as cenas em que está presente, principalmente as dramáticas. É um ótimo drama, com uma produção e direção de arte bem desenvolvidos que vai agradar principalmente a quem conhece e gosta de automobilismo e das marcas presentes nesse universo. Importante ressaltar que se trata de um recorte e não uma biografia completa, o que é bom. Foca em um período específico e ainda deixa portas abertas para quem quiser se aprofundar. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 16 anos.
Outra estreia desta semana nos cinemas em Nova Friburgo é O Jogo da Morte. Filme inspirado no jogo da Baleia Azul, um desafio insano de autodestruição que ganhou as mídias alguns anos atrás por fazer vítimas fatais, é um suspense em que uma moça tenta desvendar o que ocorreu na morte de sua irmã que cometeu suicídio. Essa é uma produção egípcia que carregava um bom potencial pela ideia, mas que naufraga devido a um roteiro confuso, mais preocupado em causar tensão do que em contar uma boa história. Nesse ponto, o filme acerta, a angústia que vai se desenvolvendo é constante enquanto tudo vai saindo do controle e, até quem poderia estar ajudando, pode saber mais do que imaginamos. Outro problema é o incômodo que causa as ações sem sentido dos personagens, um clichê que deveria ser mais bem trabalhado. Um roteiro não precisa de situações estúpidas para a ação andar, pelo contrário. A boa entrega dessa produção é o debate sobre como pais e filhos podem trabalhar as relações e a utilização das redes sociais. O resultado, porém, é fraco, incluindo o roteiro, a montagem e a narrativa forçada que segue por soluções fáceis. Ainda assim vale o ingresso pelo debate e a indicação etária é para maiores de 18 anos.
Outra estreia desta semana nos cinemas é Zona de Risco. Esse é o filme clássico do combatente que ficou isolado em uma zona de guerra e precisa enfrentar tudo e a todos para conseguir se salvar. Um tema simples que carrega boas ideias, principalmente com o contexto atual que abre um vasto leque para críticas e reflexões. O problema é fazer isso funcionar. É aí que o veterano Russell Crowe se encaixa. Na verdade, é aquele filme que poucos ouviram falar, mas quando as pessoas chegam aos cinemas e se deparam com o cartaz do filme, acabam apostando na figura de Crowe e vão assistir. Mesmo com nomes como Liam Hemsworth e Milo Ventimiglia, são de Russell Crowe os melhores momentos, mesmo ele estando em uma sala tentando salvar o rapaz novato que está em apuros. É interessante acompanhar a mudança que a tecnologia embarca nos conflitos e como isso muda a dinâmica dos combates, mas o filme não consegue se debruçar em questões mais profundas para criticar a hierarquia militar ou mesmo questões políticas e sociais. Dirigido e escrito por William Eubank, o longa se apoia mesmo no nome de Russell Crowe, mas entrega o que promete com boas cenas de batalhas, muitas vezes exageradas e criadas somente para impulsionar a ação por falta do que fazer. Ainda assim, vale o ingresso e a indicação etária é para maiores de 16 anos.
Estreia também nos cinemas em Nova Friburgo Demon Slayer: Kimetsu No Yaiba – To the Hashira Training. Kimetsu no Yaiba, título original da série, vem crescendo muito em popularidade por conta do carisma dos personagens e da estética narrativa, tanto visual como dramática, da série e mais uma vez chega aos cinemas. Desta vez o anime trabalho o arco do treinamento dos Hashiras e busca realçar suas principais características com um visual empolgante e o drama emocional. Para quem já conhece, é uma obrigação assistir nos cinemas. Já os iniciantes vão se surpreender com o trabalho do estúdio Ufotable e as cenas de ação que impressionam. Vão sair dos cinemas com um gosto de quero mais, mesmo não entendendo muito bem tudo o que se passa na tela. Animes não chegam aos cinemas facilmente. É uma oportunidade para conhecer esse universo narrativo e cultural. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 16 anos.
A última estreia desta semana nos cinemas é O Menino e a Garça. Indicado ao Oscar de Melhor Animação, o filme conta a história de um jovem guiado por uma garça em uma aventura por um mundo de fantasia em busca do autoconhecimento. É baseado nas experiências do próprio diretor Hayao Miyazaki durante sua infância. Miyazaki é uma referência para a animação e é muito bem-vindo seu retorno após ter anunciado a aposentadoria. É um drama que busca uma reflexão sobre as dificuldades que enfrentamos, como perdas, adaptação, aceitação e amadurecimento. Visualmente a animação impressiona, como não poderia ser diferente. É uma viagem lúdica que trabalha metáforas e símbolos para adentrar em temas relevantes e universais. Vale muito ser assistido nos cinemas, é um presente de Miyazaki, uma lenda viva da animação. A indicação etária é para maiores de 12 anos.
Sugestão: A dica para assistir em casa esta semana vai para F1: Dirigir para Viver – Temporada 6. Disponível na Netflix a série acompanha os bastidores da Fórmula 1 com os desafios de cada equipe, as corridas e um pouco da intimidade dos pilotos em uma competição tensa com muitos altos e baixos e cheia de glamour.
