Filmes da semana de 24/09 à 30/09

26/09/2021 13:34:13
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Estreia esta semana em Nova Friburgo No Ritmo do Coração. Remake da produção francesa A Família Bélier, CODA como o filme é conhecido, foi o grande vencedor do Festival de Sundance deste ano com prêmios como: Grande Prêmio do Júri, Prêmio do Público e Melhor Direção, só para citar alguns. Isso já dá uma boa dica da qualidade desta produção. O filme chega ao catálogo da Apple TV + e aos cinemas ao mesmo tempo e conta a história de uma família de pescadores que são surdos, com a exceção da filha que sonha em trabalhar com música mas sabe que tem uma responsabilidade grande e se divide entre suas paixões e seus deveres. O filme tinha tudo para ser um drama água com açúcar, mas está longe disso. O elenco que interpreta os surdos, são de fato surdos e a jovem atriz Emilia Jones faz um trabalho excepcional transitando entre a linguagem falada e a ASL, Língua de sinais americana com desenvoltura. O roteiro trata de um assunto muito complicado que é a discriminação e do universo das pessoas surdas. O grande acerto é que os personagens possuem seus dramas próprios, suas identidades.  Isso constrói uma ação narrativa natural, sem a necessidade de forçar a barra para fazer chorar. O sentimento que cria é de empatia e envolvimento com aquela família que luta unida para sobreviver. O filme foi disputado pelas distribuidoras e foi arrematado pela Apple por um valor recorde. A diretora Sian Heder dá um salto na sua carreira e entrega um trabalho honesto, belo e que trata de um assunto de grande importância. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 14 anos. 

Outra estreia desta semana é A Casa Sombria. O cineasta David Bruckner vem trilhando uma boa carreira no gênero do terror e já merecia uma oportunidade com mais peso o que chegou, e ele conseguiu desenvolver um ótimo trabalho. Bruckner consegue aproveitar bem os espaços tirando grande força narrativa da casa, assim como explora com maestria os sons e os momentos de silêncio, carregando as cenas com muita tensão. Isso aproxima o público da personagem principal que é o grande destaque desta produção. Rebecca Hall interpreta Beth que após a súbita perda do marido, começa a ter visões e a ouvir uns chamados que vão se intensificando dentro de sua casa. Ela inicia uma busca para encontrar respostas, o que vai revelar uma terrível descoberta sobre o passado do seu falecido marido. O filme tem dois momentos muito distintos, a primeira parte foca na perda e no emocional da protagonista, utilizando jumpscares e os tradicionais recursos de terror que acontecem em filmes que utilizam uma casa como pano de fundo. Na segunda parte o roteiro busca o sobrenatural, é a luta pela sobrevivência. São muitos os acertos, mas dois problemas chamam a atenção. Os personagens coadjuvantes são pouco explorados, servem basicamente para guiar a ação dramática. Isso enfraquece o roteiro. Outro problema é que ficam muitas pontas soltas. Deixa a sensação de que a história não fechou, isso pode decepcionar o público, principalmente com um final tão aberto. Independente disso, é um belo trabalho, o melhor da carreira de David Bruckner que soube explorar bem as cartas que tinha em mãos. Vale sim o ingresso e a indicação etária é para maiores de 14 anos. 

A estreia desta semana para as crianças é A Abelhinha Maya e O Ovo Dourado. Animação alemã e australiana que retorna após 3 anos de sua aparição nos cinemas para mais uma aventura com a corajosa e simpática abelhinha Maya. Não que o primeiro filme tenha sido um sucesso, e possivelmente iria direto para os catálogos de streaming, mas com o cenário atual que ainda está tentando retomar as atividades gradativamente, temos a possibilidade de ver nas telonas produções com orçamentos mais modestos. O enredo é sobre uma abelha que aceita a missão de proteger um ovo dourado, mas acaba descobrindo tratar-se da formiga princesa. Isso vai iniciar uma batalha entre os insetos e Maya e seu melhor amigo precisam enfrentar grandes desafios para que a formiguinha retorne em segurança para a sua colônia. É uma animação focada no público infantil que utiliza as mesmas estratégias narrativas de tantas que conhecemos exaltando a amizade, a coragem e a confiança. Dirigido por Noel Cleary que também esteve no primeiro filme de 2018, a animação tem uma hora e vinte oito minutos e pode ser um bom passeio para fazer com as crianças. Vale sim o ingresso e a indicação etária é livre para todas as idades. 

Sugestão: A dica para assistir em casa esta semana vai para Um Ninho Para Dois. Recém-chegado ao catálogo da Netflix, o filme é estrelado por Melissa McCarthy e conta o drama de um casal após uma perda devastadora. Com as presenças de Chris O’Dowd, Skyler Gisondo e Kevin Kline, esta produção foca nas sutilezas, no inesperado e na força necessária para superar os mais difíceis obstáculos. Apesar do viés humorístico que a Melissa costuma explorar, ela desenvolve muito bem papeis dramáticos e esse é um bom exemplo disso. 

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