Secretaria Estadual de Saúde recomenda não abrir hospital de campanha de Nova Friburgo

22/06/2020 07:56:42
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Em meio à saída do segundo secretário estadual de Saúde (Fernando Ferry pediu exoneração nesta segunda-feira, 22/6), um estudo técnico feito por uma equipe da Secretaria Estadual de Saúde do RJ recomenda que os cinco hospitais de campanha que ainda não foram inaugurados no estado não sejam abertos. Uma das unidades está sendo montada em Friburgo, no bairro do Prado, para atender pacientes com covid-19 no município e região Centro-Norte Fluminense.

O governador Wilson Witzel ainda não respondeu se acatará ou não a recomendação técnica.

Das sete unidades de campanha prometidas pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, apenas duas foram entregues, e com atraso: as unidades do Maracanã e de São Gonçalo.

As cinco unidades que ainda não foram entregues são as de Nova Friburgo, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Campos dos Goytacazes e Casemiro de Abreu. O prazo inicial para a entrega destes hospitais era dia 30 de abril.

VAGAS E CUSTOS

Entre os motivos apontados pela equipe para justificar a recomendação, estão a taxa de ocupação nos leitos das três esferas de governo no RJ – cerca de um terço está em uso.

Especificamente para a Covid-19, segundo o relatório, a ocupação na rede estadual é de 59,9% para UTI para adultos e 56,7% para enfermaria de adultos.

A equipe garante ainda que “considerando a possibilidade de uma segunda onda após a flexibilização, ainda assim podemos ofertar assistência à população com a ativação dos leitos que ora se encontram impedidos”.

Outro motivo para a não abertura dos cinco hospitais de campanha no estado apontado pelo documento é o custo mensal de leitos.

Segundo o estudo, o custo – incluindo o de pessoal – por leito de UTI no hospital de apoio é de R$ 43.780,82; no de enfermaria, também com pessoal, é de R$ 33.951,45.

INDECISÃO JÁ EM MAIO

Em maio, Fernando Ferry – que deixou a secretaria estadual de Saúde – já havia dito que algumas unidades atrasadas poderiam não ser entregues. Segundo ele, à época, o atraso para a conclusão das obras e os números positivos da pandemia poderiam tornar as unidades desnecessárias.

Do R$ 1 bilhão que o governo do RJ destinou para o combate à Covid-19, R$ 836 milhões foram destinados para o Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde, o Iabas. Desse montante – e antes de ter recebido o primeiro leito dos sete hospitais contratados -, o estado já tinha adiantado R$ 256 milhões.

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